Epidemia do cansaço

O constante desgaste decorrente das intensa carga de trabalho esconde fatores silenciosos. Muitas vezes, existem caminhos mais saudáveis, que garantem a boa produtividade e o equilíbrio emocional, sem que leve a pessoa ao esgotamento.

Lourenço Torresini

9/13/20242 min read

person driving car during daytime
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Tenho visto cada vez mais a busca por terapia de pessoas com estafa decorrente do trabalho. Tanto no meu consultório quanto de alguns colegas, a busca é normalmente para tratamento de estresse ou ansiedade.

Em poucas sessões, fica claro o ciclo de excessiva carga de trabalho que a pessoa está passando, com altas cobranças, pautas intermináveis, prioridades plurais e uma corrida incessante para atingir e superar expectativas. A partir disso, passamos ao processo terapêutico de reorganização interna e estabelecimento de pontos críticos, ou seja, aspectos nossos que se não desenvolvidos nos levam para um ciclo autodestrutivo. Esse processo pode até ser longo, mas tem intensos resultados desde a primeira sessão. Isso acontece não somente pela eficiência da abordagem, mas pela capacidade intrínseca do ser humano em se adaptar.

Esse estado que uma pessoa pode chegar no meio profissional é muito mais conhecido como Síndrome de Burnout - ou Síndrome do Esgotamento Profissional. É entendida como uma epidemia e que somente na última década cresceu 1.000% em afastamentos do local de trabalho (FONTE: BBC - https://lnkd.in/d-gZAcEg).

O
que mais preocupa é que não se trata de uma síndrome que pode afetar algumas pessoas, mas todas as pessoas em determinado contexto podem sentir os seus sintomas. Lembrando que estamos falando de um espectro, ou seja, o que chamamos de uma vida profissional estressante já está dentro do espectro da síndrome.

Tá, mas o que se faz com isso? Senta e chora?

A boa notícia é que o esgotamento não está ligado inteiramente à excessiva carga de trabalho, mas à (des)organização, (in)eficiência, (má) gestão do tempo e, principalmente, às habilidade psicológicas para lidar com momentos de tomada de decisão e estabelecimento da hierarquia de prioridades. São aspectos fundamentais da forma como lidamos conosco e com a nossa interação com o meio, e estar atento ao que se passa dentro de nós é o único jeito de lidarmos com os desafios externos.

Afinal, a nossa resposta emocional ao meio sempre será algo exclusivamente interno, íntimo e totalmente acessível a nós.

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