Trabalho ou casa?

"As vezes sinto como se o meu trabalho fosse a minha segunda casa - ou a minha casa fosse como a minha segunda casa."

Lourenço Torresini

9/16/20242 min read

turned off flat screen monitors on top of beige desks
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"As vezes sinto como se o meu trabalho fosse a minha segunda casa - ou a minha casa fosse como a minha segunda casa."

Tá, esse é um comentário bem comum em diferente locais de trabalho. Passamos muitas vezes mais tempo acordados e atentos no nosso local de trabalho do que fora dele. As interações são mais presentes e a dinâmica profissional mais envolvente ao ponto de considerarmos este como o aspecto central do dia.

Acordados e atentos? Presentes e envolvidos? Como assim?

Pode parecer controverso, mas costumamos desconsiderar o tempo que dormimos nas 24h que temos, tanto que não é incomum irmos deitar depois do horário que sabemos ser necessário para termos as 7h-8h de sono por dia - 5am club pensa diferente, eu sei, mas com vocês a história é um pouco diferente...

Voltando.

Quando saímos do trabalho, somos "liberados" da obrigação de sermos produção organizada, ou seja, não precisamos mais fazer a nossa parte na linha de produção do local em que trabalhamos. Com isso, nos envolvemos com aquilo que bem entendemos. O que vemos hoje em dia é que esse "bem entendemos" está mais ligado ao desligar, não pensar muito ou não se preocupar do que qualquer outra coisa. Buscamos fontes de prazer e uma tela para ocuparmos a mente. Até aí, nenhuma novidade.

Só que quando o local de trabalho passa a ser percebido como casa, podemos também passar a exigir aspectos paternais ou maternais dele. A coisa se torna pessoal de uma maneira mais íntima do que necessário. Não que negócios não sejam pessoais. Até porque, como disse Michael Scott, negócios são sempre pessoais. A questão aqui é que nós passamos a nos relacionar com o ambiente profissional com alguma semelhança com a forma como nos relacionamento no ambiente familiar.

Isso prejudica o nosso desempenho e faz com que tenhamos uma visão emocional sobre aspectos práticos. Precisamos estar sempre atentos a este tipo de sentimento e tê-lo como um bom indicador de como estamos nos portando e agindo no ambiente profissional.

O local de trabalho deve ser um local acolhedor e amigável, mas por termos respeito pelos colegas e a certeza de que todos fazem parte da mesma equipe. Diferente do ambiente familiar, o que conta no trabalho não é quem somos, mas o que fazemos e como fazemos.

Bom, era isso... Até o próximo cafezinho.