Uma reflexão sobre o bullying

Um comportamento muito frequente em todas as fases do desenvolvimento humano e que esconde raízes profundas sobre a forma como lidamos e nos relacionamos com o outro.

Lourenço Torresini

8/23/20241 min read

A palavra inglesa "bullying" é amplamente aceita e utilizada para descrever uma relação de poder na qual um mais forte subjuga um outro mais fraco através da violência. Quando falamos em mais forte ou mais fraco, tendemos a pensar em características físicas, contudo, estamos falando de força em termos gerais, ou seja, pode sim ser a força física, mas também a força social ou psicológica. Assim, no "bullying" o que é considerado é o uso dessa força para qualquer tipo de coerção. Esse comportamento acontece principalmente em escolas, locais onde a grande maioria do público é de crianças e adolescentes, mas está presente em todos os espaços nas quais existam interações permanentes e com uma clara hierarquia social. Bom, essa é uma breve idéia sobre o que o "bullying" é e como se manifesta. No entanto, o que importa mesmo é o como ele surge.

Assim como todas as interações sociais, o "bullying" também tem como objetivo atingir o equilíbrio. No exemplo de um adolescente, se este indivíduo vive uma realidade de inferioridade e subjugação no ambiente familiar, a tendência é que o equilíbrio seja atingido através da replicação deste comportamento apreendido. Assim, o indivíduo que sofre, faz sofrer; o que sofre humilhações, passa a humilhar; o que é agredido, passa a agredir. Isso é uma tendência lógica do equilíbrio, não uma regra. Não podemos afirmar que será assim para todos os casos, mas o que podemos dizer é que um comportamento violento não tem início em si mesmo, ele tende a ser uma resposta a um contexto e para abordamos o comportamento, precisamos sempre olhar para o seu começo.

O assunto é profundo - socialmente profundo, pois estamos falando de conseqüências severas do contexto em que o indivíduo está inserido. Para conseguirmos progredir neste assunto e abordá-lo de forma resolutiva, precisamos primeiro de adultos dispostos a serem melhores exemplos para crianças, para enfim colocarmos um ponto final na violência como estratégia educativa.